A uns dias de ser anunciada a descoberta em Marte que “pode mudar os livros de história” (como disse o investigador John Grotzinger, da NASA) é relatada a primeira colaboração entre a sonda Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), e o robô Curiosity, da agência norte-americana.
Pela primeira vez, a primeira transmitiu dados do Curiosity. Estes incluem imagens detalhadas da Rocknest3, que foram recebidas pela antena da ESA na Austrália. Foi um pequeno mas significativo passo – diz a ESA em comunicado – no caminho de uma maior cooperação entre as duas agências.
No passado dia 6 de Outubro, a Mars Express apontou a sua antena de comunicações até à superfície de Marte para receber o sinal enviado pelo Curiosity. O veículo da NASA transmitiu dados científicos recolhidos no Rocknest ao satélite da ESA durante 15 minutos.
Algumas horas mais tarde, a Mars Express fez uma manobra para apontar a sua antena para a Terra e começou a transmitir a informação para o Centro Europeu de Operações Espaciais em Darmstadt (Alemanha) através da antena de 35 metros de diâmetro que a ESA tem em New Norcia (Austrália). Os dados foram postos imediatamente à disposição do laboratório JPL da NASA, onde foram processados e analisados.
Entre os dados transmitidos encontram-se imagens registadas a 4 de Outubro pelo instrumento ChemCam do Curiosity. Esta câmara é composta por um espectrómetro de pulverização induzida por laser que dispara em direcção a um objecto e analisa a composição química do material vaporizado.
O laser é capaz de apontar para elementos com menos de um milímetro de diâmetro. A análise espectrométrica revela informação sobre a microestrutura dos minerais presentes na rocha.
A sonda Mars Express tinha já colaborado com missões a Marte da NASA em outras ocasiões – como a Phoenix, Spirit e Opportunity. Registou também o sinal da Curiosity durante a sua chegada a Marte no mês de Agosto. Está previsto que durante a missão do Curiosity se realizem mais colaborações deste género.